No dia 24 de novembro de 2010 foi lançada a versão release 2.0 do Moodle. Muitos usuários da versão 1.9 ficaram em dúvida se devem ou não fazer a migração. Essa decisão só deve ser tomada após um estudo minucioso dos seguintes requisitos:
2. Treinamento
5. Performance
8. Tradução
9. Suporte
A versão 2.0 do Moodle é muito rica em recursos de web 2. Tem uma interface mais rica que a versão 1.9. Usa muito recurso do ajax. Isso é facilmente percebido nos menus de navegação, como também nos sistemas de gerenciamento de arquivo e questionário. Esses recursos funcionam normalmente nos navegadores mais modernos. Já nos antigos não há muita garantia.
Para analisar a compatibilidade de navegador, primeiro faça um levantamento dos navegadores utilizados pelo seu público-alvo, ou seja, alunos e professores. Faça uma check list do funcionamento da nova versão em cada um dos navegadores.
Não basta instalar a versão 2.0 e testar em cada um dos navegadores. É recomendável replicar um curso na nova versão com as mesmas características e formato existentes na versão 1.9. Mapeie a compatibilidade com os diferentes navegadores não só durante o processo de elaboração como também depois, ao navegar em recursos e atividades disponibilizados no ambiente do curso.
2 - Treinamento
Na versão 2.0 do Moodle muita coisa mudou de lugar. Por exemplo, a opção de o usuário alterar a sua senha deixou de ser na página do perfil e passou para o bloco de configuração. O usuário que traz hábito da versão 1.9 certamente ficará perdido. Da mesma forma, o tutor vai ficar perdido procurando as abas de relatórios de atividades do aluno que ficavam na página do perfil. As mudanças são várias. Sendo assim, a migração requer a atualização do manual do professor, do tutor e do aluno. Isso deve vir acompanhado do curso de reciclagem para afinar a equipe do corpo docente e discente no novo ambiente.
3 - Módulos e plugins extras
Moodle é um sistema Modular. As suas funcionalidades são módulos que podem ser adicionados ao kernel, ou seja, ao núcleo o sistema. A distribuição do Moodle traz um conjunto de módulos e plugins padrão. Novas funcionalidades podem ser agregadas com a instalação de módulos e plugins extras.
Antes de fazer a migração, é necessário ter certeza de que já existem atualizações de todos os plugins e módulos extras para o Moodle 2.0.
O módulo certificado, por exemplo, é bastante utilizado. É um módulo extra. Pois não vem na distribuição padrão do Moodle. Até a presente data ainda não saiu uma versão atualizada para Moodle 2.0.
Bem, já ficou claro que antes de fazer a migração é necessário fazer um check list se já existe a atualização para Moodle 2.0 de todos os módulos extras. Além de verificar, instale e faça um teste minucioso sobre o funcionamento.
4- Backup e Atualização
No Moodle o backup de cursos dá tanto problema quanto a sua importância. Por isso é necessário ter atenção redobrada. As operações backup e restaure devem ser feitas sempre na mesma versão. Tentar restaurar o backup numa versão superior em relação ao que foi gerado normalmente dá problema. Não é possível restaurar backup da versão 1.9 na versão 2.0.
Caso você tiver backup de cursos feitos na versão 1.8 ou 1.9, restaure esses backups na suas respectivas versões. Depois disso, atualize o Moodle para a versão 2.0. Caso tiver Moodle 1.8, não é possível atualizá-lo diretamente para a versão 2.0. Primeiro atualize-o para a versão 1.9 e depois para versão 2.0.
Tendo tudo atualizado para a versão 2.0, não comemore a vitória ainda. Faça um teste de backup e restaure na nova versão e monitore possíveis problemas. Esse simples check up evita muitos transtornos futuros.
5- Performance
Se o seu Moodle atual apresenta um bom desempenho no funcionamento, principalmente nos momentos de pico de acesso, certamente isso é resultado de um longo processo de ajustes e configuração. Ao longo do processo, muitos ajustes poderão ser feitos em nível do banco de dados e servidor de aplicação para aumentar o desempenho do servidor e reduzir a possibilidade de ataques dos hackers.
Todos os ajustes e configurações podem não ser válidos para a nova versão. Em função disso, o processo de migração deve ser feito de forma paulatina e não brusca. Isso é recomendado principalmente para quem tem uma carga muito grande de dados, ou seja, uma estrutura muito grande.
6 - Customização de layout
O Moodle é igual a um diamante bruto. Precisa ser dilapidado para ajustar ao modelo organizacional da instituição. O ajuste mais frequente é a customização da interface gráfica. Isso ocorre com a criação de um novo thema, um plugin do Moodle, para mudar a identidade visual e o layout. Com isso, o Moodle fica com a cara da instituição.
Antes de fazer a migração é bom não esquecer que o thema criado foi projetado para a versão em uso atualmente. Sendo assim, pode não ser 100% compatível com a nova versão. Isso significa testar e alocar serviços de designer para uma nova missão. Bem, nesse momento não exija do designer uma resposta num cronograma similar ao trabalho feito anteriormente. Isso porque, ele precisa de um tempinho para decifrar o novo território. No que tange a parte técnica, nem as versões anteriores do Moodle são bem documentadas, agora imagine as novas.
7- Integração com outros sistemas
Em instituições de grande porte, geralmente o Moodle funciona de forma integrada com o sistema acadêmico. A integração geralmente é implementada por meio de web service, API ou banco de dados. Qualquer que seja o meio adotado, é necessário averiguar as mudanças que ocorreram na nova versão do Moodle para ajustar.
Na versão 2.0 do Moodle, em nível do banco de dados, ocorreram mudanças na estrutura das tabelas do curso, matrícula, usuário etc. No que tange a API, ocorreram mudanças significativas nas funções do banco de dados. Bem, isso já é sinal de que parte do código da integração deve ser refeita para ajustar ao novo Moodle.
8 -Tradução
A distribuição oficial do Moodle é feita em inglês. A tradução para outras línguas é feita pelas comunidades de usuários. A comunidade de usuários de tradução para português está lançando apelo para aumentar a equipe de voluntários para fazer mutirão da tradução.
O Moodle 2.0 foi lançado em novembro de 2010. Agora em Março de 2011 falta muita coisa ser feita. A tradução completa vai sair daqui a alguns meses. Até lá, ou você faz a sua tradução ou aguarda a solução final da comunidade. É claro que o trabalho de atualização dos manuais e curso de capacitação da equipe vai depender da tradução. Bem, isso é mais um dos requisitos a ser avaliado no processo de migração.
9 - Suporte
A comunidade de usuários do Moodle se organiza em torno do fórum de debate. Os usuários trocam experiências sobre os problemas e soluções do Moodle. As mensagens trocadas formam um grande banco de dados e ficam disponíveis na internet e aos sistemas de busca. Isso forma uma estrutura poderosa de suporte aos usuários do Moodle.
A comunidade se foca sempre nas novas versões. Soluções e respostas sobre as versões mais antigas se tornam cada vez mais escassas no tempo. Isso significa que a migração é inevitável para acompanhar o progresso. É uma questão do tempo. A versão 1.9 continuará em uso enquanto a versão 2.0 não ganhar maior solidez e confiança no mercado. Estima-se que daqui a 12 a 18 meses, ou em menos tempo, a versão 1.9 será coisa de museu. Planeje e aproveite a onda do progresso. Senão o custo do suporte pode aumentar no sentido de ter dificuldade de encontrar profissional no mercado com domínio de uma tecnologia que só você está usando.
10 - Teste de caso real
Um general de guerra estrategista não coloca toda a tropa na linha de frente de combate no território inimigo. Seleciona alguns soldados mais ferozes e corajosos e manda para a linha de frente, no intuito de mapear o terreno. A partir daí, decide se o restante da tropa deve avançar ou recuar.
De forma análoga, deve agir um gerente de TI num ambiente crítico em que a tecnologia mantém uma estrutura de oferta de centenas de cursos para milhares de alunos. Numa estrutura muito grande, o ideal é que alguns cursos sejam ofertados na versão 2.0 do Moodle como amostra. De preferência, esses cursos devem ser ministrados por professores e tutores amantes da inovação tecnológica. Pela dimensão pequena da oferta, fica fácil administrar os problemas decorrentes do uso da nova versão. Com isso, pode-se fazer uma avaliação exaustiva e concreta das dificuldades de migração. A partir daí, pode-se fazer um planejamento exato de migração de forma segura e tranquila.
Considerações finais
Bem, até então já foram mapeados 10 requisitos que devem ser avaliados para fazer uma migração segura. Uma avaliação mediante o estudo de cada requisito possibilita elaborar um planejamento com metas exequíveis e com um orçamento preciso sobre a quantidade de recursos humanos, materiais e financeiros.
Muitas instituições de grande porte vem adotando posturas mais conservadoras. Estão esperando a reação do mercado para decidir o melhor momento para migrar. Já a instituições de menor porte adotam uma postura mais liberal. Iniciam a migração e tentam administrar as dificuldades. Naturalmente, quem tem uma estrutura maior é mais cauteloso. A migração para Moodle 2.0 é uma questão de tempo. A questão que deve ser colocada é sobre o momento mais apropriado para migrar. A resposta será encontrada após o estudo minucioso de cada um dos 10 requisitos mencionados acima. Esse estudo apontará qual momento em que a migração não cause transtorno pedagógico e muito menos prejuízo financeiro.
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